sábado, junho 20, 2009

Amor vitual, sobe a rede?

Por Letícia Roese

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"Quem se conhece por escrito, apaixona-se pela alma".

Autor desconhecido

Se você não é adepto das histórias românticas água com açúcar, aconselho a nem ler o meu post. É uma história bonitinha que eu conheço sobre amor virtual e quis compartilhar com vocês no dia de hoje. Ele, um nerd tímido, técnico em informática, 20 anos, nunca namorou. Ela, terminando a faculdade de publicidade, 23 anos, saindo de um relacionamento desgastado de 4 anos. Os dois se conheceram numa comunidade do Orkut quando ela ainda namorava.

As conversas cada dia foram ficando mais constantes, até que ela foi pra uma reunião na cidade dele, e decidiram se conhecer. Até então nenhum sentimento “concreto”… e foi daí que trocaram telefones. No dia que ela estava na cidade, um imprevisto aconteceu e não foi dessa vez que eles se viram.

Mais conversas na comunidade e veio a troca de MSN. Então, e cada dia mais, a curiosidade aumentava, e as conversas já eram diferentes. Mais uns meses passaram, ela terminou o namoro, e ele ainda ali no MSN com ela. Ela foi sentindo que algo tinha de diferente, mas ainda receosa com o recente término do namoro, decidiu não se arriscar.

Ela se lembra da primeira mensagem que ele mandou no celular dela: “Nem nos falamos hoje... saudades de você! Boa noite =*” e, à partir dessa, sempre que ficavam sem se “falar”, ele mandava mensagens do tipo: “Saudades, te adoro sua boba.” E assim ele foi conquistando ela.

Surgiu outra oportunidade de se conhecerem, dessa vez tinham data, local e hora marcada. Ele não apareceu. Ela, como qualquer mulher romântica, mesmo que não assumida, ficou triste e o “relacionamento” entre eles esfriou por uma semana. Até eles se encontrarem novamente online e ele pedir desculpas à ela de uma forma tão carinhosa e bonita, que até hoje quando ela lembra solta aquele sorriso bobo, sozinha.

Milhões de caracteres a mais trocados, mensagens no celular… ele prestava atenção em cada detalhe que ela falava, e como ela falava! Cada história, cada experiência compartilhada. Um dia o assunto era “relacionamentos”. Ele nunca namorou e perguntou à ela como era. Ela foi contando e também desabafando, dizendo que ainda gostava dos românticos à moda antiga, daqueles que mandavam flores. Ele se lembrou disso.

No dia 14 de março, no dia do aniversário dela, ele carinhosamente mandou um buquê de rosas vermelhas. Logo cedo, ela foi acordada com o perfume das rosas invadindo seu quarto e dando bom dia. Um cartãozinho tímido acompanhava as flores “Feliz Aniversário.” E assinava o nome dele. Nisso ele já tinha ganho o coração dela, e eles ainda nem haviam se visto! Somente por fotos e poucas vezes pela webcam. Naquele dia o coração dela bateu mais forte, ela ligou pra agradecer e ele ficou sem voz. Depois do episódio das flores, a troca de carinhos online continuou, até que ela, enfim, viajaria de novo. Dessa vez ou eles se conheciam, ou acabava tudo ali. Decisão dela, claro.

Ela foi, chegou de tarde, chovia muito. Ele abraçou ela, se apresentou(como se precisasse!) e os dois ainda ficaram sentados na rodoviária conversando. Ele estava muito tímido e ela pensando: “Eu beijo ou espero ele me beijar?” e entre risadas e conversas a chuva parou. Caminharam até o shopping. Lá eles lancharam, caminharam um pouco, sentaram, ela encostou a cabeça no ombro dele e...nada! Virtualmente historinhas foram criadas, situações de beijo idealizadas, o tempo passando e nada acontecia. Ela estava ficando louca! Decidiram ver um filme…

Dentro do cinema, ele pegou na mão dela, subiram até as últimas poltronas, longe do olhar de curiosos… ela pensou: “É agora!” e mais uma vez, não foi. Na metade do filme, que claro, ela não lembra o nome, ela tomou a iniciativa e beijou ele. Um beijo demorado, nervoso, mas o beijo que ela tanto idealizou nas últimas horas, nas últimas tecladas.

A hora de ir embora se aproximava e o carinho só aumentava. A vontade era que o tempo parasse por pelo menos umas duas horas, pra ela ter certeza de que aquilo tudo realmente estava acontecendo. Ela pensava: “Meu Deus! Eu conheci ele pela internet, não pode ser verdade!” e nisso chegou a hora de ir embora. Se despediram com um beijo demorado, ela entrou no ônibus e logo recebeu uma mensagem no celular: “É, achei mesmo!”, referindo-se à uma antiga conversa que tiveram sobre: “É possível achar sua cara metade na internet?” E respondendo isso, veio a mensagem, ela leu, sorriu e adormeceu.

Já em casa, ela não conseguia esconder a felicidade e não parava de pensar em quão maluca essa história toda se tornara. As conversas carinhosas se intensificaram, ele dizia que realmente havia gostado dela e queria ela pra sempre. Hoje, alguns meses depois, os dois ainda se falam diariamente via MSN. Se ela fica sem internet, as conversas já são por telefone ou mensagens no celular.

Eu conheço bem os dois sabe? O medo ainda é grande, mas o carinho e o amor que um sente por outro aumenta a cada dia. Planos já foram feitos e desfeitos, nome dos filhos escolhidos, já combinaram de escrever um livro, querem realmente tentar. Querem responder à tão temida pergunta que se faz quase que diariamente: “Amor virtual sobe a rede?” O deles tá subindo, como uma conexão de 156k, mas eles insistem em tentar.

Hoje, ainda que não oficialmente, ele mandou uma mensagem pra ela, dizia assim: “Bom dia minha querida, apesar de não ser nada oficial, Feliz Dia dos Namorados. Mesmo que longe assim, sinto como se eu e você já fossemos nós. Um beijo especial de quem te quer.”

E ela claro, se derreteu toda.

História baseada em fatos reais, com todas as flores e perfumes que puderam sentir ao ler essa história. Uma história que continua e tem tudo pra dar certo. Aos apaixonados de plantão, amores virtuais ou não, ele existe, basta você querer que ele aconteça.

Um beijo carinhoso de Feliz Dia dos Namorados.

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*Letícia Roese é aspirante a publicitária tem um Flickr e twitta sem parar

Um comentário:

  1. Linda história :,( queria que acontecesse o mesmo comigo e o meu amor que vive tão longe eu aqui no Brasil e ele em Portugual.

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